Sistema é encarado como desafio pelas empresas pequenas
Nas empresas de pequeno porte, a implantação de sistemas informatizados para emissão de notas fiscais é encarada como um desafio, pois um grande número nem conta com equipamentos de informática.
O contador Marcus Pias dos Santos faz outra observação relevante. Conforme  ele, a substituição do uso do papel por um documento digital que permite ao  Fisco o controle em tempo real das operações não tem como entrar em  funcionamento sem erros de hoje para amanhã. “Há necessidade de um período de  testes, com um funcionamento em paralelo do sistema para que se possa certificar  que as informações geradas são corretas.”
Nas empresas de pequeno porte,  a implantação de sistemas informatizados para emissão de notas fiscais é  encarada como um desafio, pois um grande número nem conta com equipamentos de  informática. De acordo com Santos, esse é o caso da maioria das empresas do  Brasil, que lutam com dificuldades para empreender. 
Além de investir um  tempo médio de três a seis meses e recursos na ordem de R$ 10 mil para a  implantação da NF-e, muitas terão dificuldades com licenciamento e manutenção de  softwares, aquisição de hardware, consultorias, treinamentos, internet e  certificado digital. 
Outro problema é que nem todos os profissionais da  área contábil estão aptos a desenvolver um trabalho eficaz. Por se tratar de uma  oportunidade de negócios relativamente nova, a sua qualificação também está em  desenvolvimento. “Já as empresas de maior porte, além de possuírem condições de  se adaptar, terão mais benefícios em redução de custos e melhoria de gestão”,  afirma.
Ricardo Kerkhoff, coordenador do Grupo de Estudos em TI do  Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRC-RS) e consultor  para os processos de Implantação de NF-e, considera que a determinação do  Ministério da Fazenda está dentro da realidade das empresas brasileiras, em  função, principalmente, da possibilidade de dispensa da obrigação por empresas  que tenham movimentação de saídas inferior a R$ 360 mil durante o ano de 2008.  
Na opinião do conselheiro, nunca antes na história da legislação se  disponibilizou tanta informação e tão imediatamente quanto tem se feito junto ao  projeto Sped. “Contudo, ocorre que infelizmente já é um costume do empresário  brasileiro a aposta na prorrogação dos prazos, deixando tudo para a última hora.  Isso está gerando um gargalo junto às forças de trabalho instaladas nas empresas  de software que atuam neste campo, prejudicando, em alguns casos, o cumprimento  dos prazos”, alerta.
A adesão está sendo, em sua maioria, por cumprimento  de determinação legal. A exceção são as empresas de maior porte que, por suas  atividades, ainda não estão obrigadas. “As empresas, em sua maioria, não  conhecem com clareza as regras, mas para isso, os profissionais da contabilidade  deverão auxiliá-las na tomada de decisões em relação à implantação e utilização  da sistemática”, avisa.
 
 